Tal pesquisa mostra que preocupações pessoais acarretam, sim, prejuízos para as organizações em que tais pessoas trabalham, aspecto esse que ainda não tem atraído a devida atenção da alta gestão corporativa. A questão que emerge é: até que ponto e como a gestão corporativa deve lidar com tais problemas das pessoas sem interferir na liberdade individual?
A resposta não é fácil e muito menos óbvia. Afinal, sabemos que nem sempre as preocupações das organizações estão alinhadas com aquelas das pessoas que a fazem funcionar. Então, o que se deve fazer?
Em primeiro lugar deve-se reconhecer que o problema existe e que é importante tanto para os indivíduos quanto para a empresa. E isso deve ser mostrado claramente não apenas no discurso, mas nos atos de sua direção.
Em segundo lugar, a empresa pode – e deve – disponibilizar algumas alternativas de cursos, treinamentos e mudanças comportamentais para que a pessoa angustiada pelas mazelas financeiras tenha condições de conhecê-los: suas propostas, suas metodologias, bem como relatos de resultados obtidos pelas pessoas que os freqüentaram.
Em terceiro lugar, a organização deve apoiar as pessoas que manifestarem forte interesse em promover mudanças positivas em suas vidas – e não exclusivamente nos aspectos financeiros – a fazê-lo. Ainda que a empresa não pague parte desse processo de mudanças, mesmo assim há grande chance de que o funcionário economize já que a organização tem maior poder de barganhar preços do que o indivíduo isoladamente.
A empresa nunca deve pagar o valor integral desse curso ou treinamento para o seu funcionário. Sua participação financeira aumentará a importância que ele dará ao processo de mudança, seu comprometimento com as tarefas exigidas e lhe trará forças para superar os momentos de confrontação com aspectos desagradáveis da realidade expostos durante tal processo.
Deve-se exigir de treinadores e de treinandos uma postura ética, reservada e respeitosa, pois fragilidades serão expostas. E sugere-se a montagem de pequenos grupos para oferecer suporte técnico e emocional personalizado e para fornecer o tempo necessário para cada pessoa se colocar.
Como se pode notar, mudar padrões de comportamento nem sempre é simples e fácil. Contudo, organizações podem facilitar a vida do funcionário com pequenas ações. E o funcionário pode evoluir profissionalmente ao conseguir ter novos parâmetros e diretrizes em relação às suas finanças. E ao final, juntos, organização e colaborador podem crescer e atingir seus objetivos.
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